De maneira geral, as pessoas sentem-se perplexas diante do extraordinário poder da ciência e interrogam-se sobre seus rumos. Criticam a cega crença em uma tecnologia fria que desconhece fronteiras em seus avanços na imposição de um patético progresso. Os mais temerosos já se perguntam: Para onde vamos? Será esse o destino que queremos verdadeiramente traçar para a humanidade? Sentimentos de frustração e, até mesmo, de ira vêm à tona ao serem desconsideradas a identidade e a dignidade dos seres humanos em pesquisas científicas que atendem ao único e imperial mandamento de que o que pode ser feito deve ser feito. A cômoda suposição de que todo novo conhecimento científico resulta em benefício para a humanidade vem sendo contestada. Os jovens cientistas de hoje vivem num ambiente totalmente diverso daquele em que viviam seus predecessores, os quais dispunham dos laboratórios que requisitassem, bem como das verbas que julgassem necessárias. Nada se indagava sobre a natureza de suas pesquisas, pois a confiança que mereciam era limitada. Hoje, diferentemente, já não se permite o isolamenteo em torres de marfim e não mais se aceita a neutralidade do conhecimento científico.