Do interior de um modesto apartamento da zona sul do Rio de Janeiro onde vive um casal de velhos à solidão de um anacoreta quase tornado santo na Itália, os cenários de Suíte Carioca e outros contos esquisitos abrigam personagens de uma inquietante simplicidade. Se alguns textos retomam enredos de A mulher do fuzileiro (Língua Geral, 2016), o título de estreia do autor, as novas criaturas ganham outros continentes e até outros séculos. Ampliam-se os temas e as perspectivas, mas permanece o humor a serviço de uma razão do comum, do igual, do que tem limite e, nele, um mistério tornado detalhe material e concreto: os braços roliços da criança que a professora ampara, os grafismos que sustentam uma das narrativas, a rotina de atleta amador do primeiro protagonista, os cigarros queimados diante da discípula, os cotovelos do bandido no bar, o nome próprio decalcado de outro autor são apenas alguns exemplos presentes entre as melhores coleções de narrativas curtas brasileiras.