No começo eram os deuses revela diversos aspectos da longínqua cultura mesopotâmica. Considerada o berço da civilização, a Mesopotâmia abrigou impérios responsáveis pela invenção da escrita e de grande influência nos destinos dos povos gregos e egípcios. Nesta coletânea de ensaios, o historiador francês Jean Bottéro cria um admirável retrato dos primórdios do nosso tempo, fundamental para o entendimento de diversas nuances da Civilização ocidental. “Por trás desta ressurreição de um mundo, precisa e por vezes miraculosa, nos lembra a cada instante que devemos desconfiar de todas as coisas, até mesmo dos nossos pensamentos e da história, sobretudo quando ela faz entrarem em cena nacionalismos brutais, que buscam sua fonte, e a razão de sua supremacia, em uma lendária antiguidade”, analisa Jean-Claude Carriére, amigo do historiador e responsável pelo prefácio do livro. Bottéro aborda aspectos pouco estudados destas antigas sociedades. A culinária, o amor, os direitos das mulheres, entre outros ganham o olhar arguto do autor. O historiador inova ao relatar a relação que os babilônios tinham com o sexo e descreve as prostitutas da época. O historiador ainda analisa a noção de pecado e o conceito de divino no mundo antigo, o estudo da medicina e da astrologia. Ele também investiga como eram realizadas tarefas do cotidiano e a produção de artigos para consumo. O cuidado com os jardins, a produção de vinho e cerveja, a elaboração de livros entre outras tarefas são reveladas por Bottéro, que dedicou sua vida ao estudo destas sociedades antigas.