O Golem apresenta uma visão da ciência como algo falível e um tanto desordenada, mais uma questão de ofício do que de lógica. Para tanto, a obra examina vários experimentos, alguns famosos, como as provas da teoria da relatividade, outros nem tanto. Em ambos os casos, a obra demonstra que as certezas científicas não provêm do método experimental, mas, sim, da forma como resultados ambíguos são interpretados. Para explicar a ciência, os autores, Harry Collins e Trevor Pinch, exibem a própria ciência. Os leitores devem se preparar para aprender duas coisas: um pouco de ciência da ciência da relatividade, do núcleo do sol, das forças cósmicas, de cérebros de vermes e ratos, da invenção dos germes, da fusão fria e da vida sexual dos lagartos e muito sobre ciência como experimentos são realmente feitos e como se chega a conclusões científicas. A falibilidade intrínseca aos ainda assim chamados experimentos cruciais é revelada. Dessa maneira, os autores desmitificam a visão tradicional de que a ciência é um simples resultado de teorizações, observações e experimentos competentes. O Golem já foi traduzido para mais de 10 línguas, tanto no Ocidente, como no Oriente. A primeira edição, muito bem acolhida pelo público, gerou vários debates e está refletida em um novo e sólido Posfácio nesta segunda edição, que procura situar a obra naquilo que se tornou conhecido como a guerra das ciências uma reação de representantes da área de ciências naturais ao tipo de análise feita pelos autores, pertencentes às ciências sociais.