Crias de Zora Yonara, discípulos de João Bidu e arremedosde líderes religiosos pipocam a cada esquina, em um legítimoaçougue das crenças. Ironicamente, o catálogo da fénada no mar do ceticismo tão caro aos nossos tempos, emque nenhum credo lhe dá razão. Todos os medos, dúvidas einseguranças vão para a guerra, principalmente se o campode batalha é o amor. Ah, o amor, terreno ingrato de todavulnerabilidade! Embate de desejos, receios e pretensas convicções.Não fosse aquela maldita Vênus em Virgem retrógrado,seríamos facilmente felizes para sempre, protegidospelas trincheiras das nossas tão sólidas certezas, que nadatêm de sólido nem na etimologia. Mas se nem a etimologiaou as muitas logias explicam, qual é a chave do segredo?Atrás das muretas da rodoviária ostentando que só Jesus expulsao São Jorge das pessoas, ou dos dogmas que prometema verdade absoluta e incontestável, é a mesma única respostaque se esconde: a fé; em si mesmo, nos outros, no amor e,acima de tudo, na vida. Afinal, quando ser feliz é urgente eo segredo é acreditar, todas as crenças têm razão. Todos osvidentes têm razão.