Baseando-se em pesquisa etnográfica realizada em Pirajuba (MG), trabalha-se o Sertão como categoria do pensamento brasileiro, a qual, após séculos de significação monossêmica (mau sertão), a partir de 1930 recebe nova significação (bom sertão), materializada em narrativas eruditas e populares. O autor detém-se nas últimas, ao examinar cerimônias que ocorrem em festas do peão de boiadeiro e representações percebidas em músicas sertanejas. Destaca-se o simbolismo das festas como tradição inventada e ligada tanto ao imaginário do sertão brasileiro como ao far-west americano, estereotipado através do rodeio esportivo.