Por meio de um estudo comparativo da literatura e investigação produzida em quatro países latino-americanos (Argentina, Brasil, Chile e México), as autoras põem em evidência alguns aspectos centrais sobre o modo de definição e implementação das políticas educativas nestes países, num quadro de sucessivos ajustamentos estruturais fortemente influenciados pela regulação transnacional, em que sobressaem a recomposição do papel do Estado e a alteração dos modos de regulação burocrática. Com esse fim, as autoras escolheram três dimensões analíticas essenciais que estruturam a apresentação de cada um dos países: a nova organicidade do sistema educacional; a lógica da descentralização; a reconfiguração das relações institucionais na escola e com a comunidade. Estas três entradas que captam o essencial das características estruturantes do movimento reformista na educação (nestes como em outros países) permitiram, na melhor tradição dos estudos comparativos, descrever a situação específica de cada contexto nacional à luz de uma problemática comum, pondo em relevo as convergências e divergências existentes. Como se vê, estamos perante uma obra que nos permite dispor de uma eficaz e sistemática síntese sobre as políticas educativas nacionais, no quadro das reformas dos anos 1990, de quatro países "centrais" da América Latina e do Caribe, e, ao mesmo tempo, situar as transformações ocorridas num quadro mais vasto de mudanças que transcendem a região em análise e que contribuem para compreender os processos transnacionais de regulação.