Entre o chão da sanidade e o céu da loucura delineia-se um arco-íris que tem entre cinco e sete cores, todas elas imperdoáveis. Quando se dá num dos dois extremos do arco, parece que nada há do que temer. Difícil e quase insuportável, porém, é ver-se exatamente no meio, na fronteira, na fina risca que delimita a normalidade e a demência. É nessa situação angustiante que se encontra o personagem desta novela, a ponto de achar que ele mesmo é o autor de um diário escrito por alguém que já morreu ou de pensar que é seu o corpo sem vida encontrado nos telhados da Tamarineira, nome tradicional de célebre hospital psiquiátrico do Recife.