Passaporte diplomático é o relato da vida de Yeda Assumpção, mulher do diplomata Roberto Assumpção, que teve o privilégio de participar ativamente da vida diplomática no exterior durante 29 anos. Yeda compôs sua trajetória, ao lado do marido, vivendo em países longínquos e muito diferentes entre si, com costumes e ambientes diversos, e assim obteve a exata convicção patriótica de que o verdadeiro diplomata é o mais perfeito emissário de sua pátria - e quem o acompanha também. Neste livro de memórias, que ela prefere chamar de lembranças - o primeiro do gênero no Brasil — a embaixatriz revela segredos e recorda emoções vividas, para reconstituir tudo o que testemunhou durante sua vida no mundo da diplomacia brasileira fora daqui. Yeda começou a trilhar este caminho muito cedo, como consulesa em Milão, aos 20 anos, e depois partiu para a Argélia ao lado de Roberto, país que mantinha estreita relação com o Brasil de então, e que muito a marcou. Yeda conta que “a minha vida pode ser descrita como antes e depois da Argélia. Foi lá que botei o pé no real, que comecei a deixar para trás alguns pedaços da minha inocência, das ilusões da juventude”, diz ela. Na época, o Brasil era o país do futuro. Havia uma esperança de que o desenvolvimento fosse mais que apenas uma palavra e se traduzisse em bem-estar para a maioria dos brasileiros. A Embaixatriz poderia ter escrito um livro de bastidores de sua época, uma espécie de relato da sociedade da época, mas optou por mostrar o verdadeiro papel de um diplomata: revelar um retrato positivo e estimulante de seu país. Passaporte diplomático fala pelo casal Assumpção. “Tem-se a impressão de que a escritora genuína, que ela é com seu talento e seu bom gosto, como que nos obriga, ao longo da leitura aliciante, a ficar de pé, batendo palmas, no volver de cada página”, relata o acadêmico Josué Montello. Roberto Assumpção foi um dos pioneiros da diplomacia brasileira em países como a Argélia e a índia, país onde serviu por 10 anos, inclusive como encarregado de negócios de Portugal, que não mantinha relações diplomáticas com a índia neste período. Yeda conta, ainda, de suas experiências na Tchecoslováquia da Primavera de Praga, da Síria e da Turquia.Passaporte diplomático surpreende a quem pensa que a vida de mulher de diplomata se resume a festas elegantes e muitas viagens. Yeda Assumpção revela os detalhes e as dificuldades da carreira do marido (e que se transformou na verdade em uma carreira para ela também)que a levou a esta volta ao mundo, bem como o crescimento espiritual que encontrou em cada um dos países em que viveu. Um relato sensível da vida pessoal e profissional de uma mulher forte e encantadora.