Num caderno encontrado pelo artista no lixo, um narrador anônimo relata amores, conflitos com o trabalho e reflexões íntimas de seu cotidiano durante o final dos anos 1970 em Recife. Jonathas de Andrade editou trechos desse diário com fotografias de Alcir Lacerda, da Fundação Joaquim Nabuco e de sua autoria, além de fotos caseiras de acervos pessoais. As imagens retratam o desenvolvimentismo ocorrido no Recife nos anos de 1960: diferentes ângulos da cidade nas décadas de 50 e 70, edifícios modernistas semiabandonados registrados entre 2008 e 2009, e cenas cotidianas da praia, em que sobressaem a tropicalidade e o desejo. Ao serem apresentados de forma conjunta, e sem uma hierarquia entre passado e presente, os registros ultrapassam seu caráter puramente documental para compor um arquivo fictício da cidade, evocando um tempo indefinido.