Um analista não é um oráculo, e não é clínico quando se assume como militante ou fundamentalista de um qualquer modelo no contexto de uma compreensão que pretenda fazer. A ironia da clínica é que "os bons analistas" são os maiores inimigos dos analistas. Sempre que, na relação analítica, alguém se propõe confirmar modelos ou ir ao encontro do seu próprio narcisismo deixa, seguramente, de ser clínico para se aproximar, perigosamente (para ele e para a pessoa com quem está), de níveis perversos duma relação.Talvez, somente, quando um analista se torna pessoa nasça uma relação analítica. Mas, somente quando se torna parte integrante da realidade interna do outro, se torna pessoa.