O homem, ao penetrar as duas portas que levam ao paraíso diabólico dos seringais, abdica as melhores qualidades nativas e fulmina-se a si próprio, a rir com aquela ironia formidável. É que realmente, nas paragens exuberantes das héveas e castiloas, o aguarda a mais criminosa organização do trabalho que ainda engenhou o mais desaçamado egoísmo. De fato, o seringueiro e não designamos o patrão opulento, se não o freguês jungido à gleba das estradas, o seringueiro realiza a tremenda anomalia- é o homem que trabalha para escravizar-se (Euclides da Cunha). No segundo semestre do ano de 2002 e ao longo do primeiro semestre de 2003 tive a oportunidade de trabalhar como professor no curso de História da Universidade do Tocantins campus de Araguaína, meio norte do estado do Tocantins. Durante a estada nesta cidade comecei o estudo sobre o trabalho e os trabalhadores nesta porção da Amazônia Oriental. Conversas informais mantidas com amigos, colegas de trabalho e moradores suscitaram o [...]