A noção de adolescência foi teorizada por Freud a partir de 1905 como um momento-chave do desenvolvimento psíquico do indivíduo. Mas foi na década de 1960 que Pierre Mâle procedeu à articulação entre a experiência clínica dos adolescentes e a teorização desta. O autor clarifica esta articulação. Passa primeiro em revista os fundamentos teóricos destacando a ideia de um processo inconsciente que reactiva o complexo de Édipo e o estádio do espelho. Refere depois as vicissitudes e as possibilidades de ruptura deste processo reveladas pela patologia. Toma em consideração ao mesmo tempo as manifestações normais da "crise da adolescência" e as perturbações específicas deste período que se estende hoje muitas vezes da puberdade até aos trinta anos. Faz por fim o ponto da situação sobre o conjunto de tratamentos propostos em face desta crise, que vão da simples entrevista até à psicanálise passando pelo apoio psicológico e pela orientação de pais.