O título desse livro nasce de um entendimento muito singular do que venha a ser olhar e, no caso, tal entendimento arraiga no significado de uma configuração iconográfica do antigo Egito, de um hieróglifo em que se representa o olho unido à mão para significar o ato de introduzir a luz na sombra e conduzir até o túmulo do deus o candelabro. Ou seja, um hieróglifo em que olhar significar também tocar, apalpar as coisas de que nos aproximamos e sentir atráves do contato, como o conhecimento se faz visível. Os Coordenadores quiseram, enfim, incutir no título a idéia de que os toques e os retoques são no fundo, os sentidos que fazem com que cada enunciado, como diz Bahktin, tenha seu dia de ressurreição. Só nos resta esperar que os leitores que porventura se entreguem à tarefa de lê-lo possam vislumbrar algo desse ato de renascimento que envolve o trabalho de analisar, com amor, alguns dos objetos de nosso entorno cultural