Depois de viver como membro da rede de vendas de mulheres para a máfia da prostituição, Antonio Salas pseudônimo de um importante jornalista investigativo se põe na pele de um neonazista espanhol. Salas viveu um ano como um skinhead, grupo que assombra a vida de torcedores de futebol e de todos aqueles que considera como inimigo. A maior dificuldade, segundo o autor, foi a de ter que assumir uma personalidade completamente oposta a dele. Para chegar nela, Salas viveu meses imerso na cultura nazista, lendo as principais obras, como Minha Luta, de Adolf Hitler, muito citada no livro; ouvindo músicas que faziam referência e apologia aos ideais do grupo e sofrendo o que ele considera uma mutação. O autor mostra as relações da Ultrassur grupo neonazista espanhol com possíveis dirigentes do clube Real Madrid, responsáveis pelo pagamento das entradas para os skins nas partidas; sua dificuldade em incorporar um neonazista e participar de agressões aos inimigos, e o medo de ser descoberto por seus camaradas se não espancasse os alvos skins. O perigo de permanecer por tanto tempo no meio de um grupo neonazista é ressaltado por Salas pelo fato de ele ser um jornalista e ter muito mais a perder do que outro tipo de espião. Esse perigo é ressaltado com a memória do caso Tim Lopes, jornalista brasileiro assassinado em 2002 por traficantes do Rio de Janeiro. Por esse trabalho, Salas foi ameaçado de morte por ter realizado o que nenhum outro repórter espanhol tinha conseguido antes: concluir uma investigação sobre a atuação dos neonazistas da Ultrassur, gravá-la e contá-la ao público.