O cotidiano é a matéria-prima dos versos de Trato de silêncios: a casa vazia, a rua vazia, o inseto, o colibri. A pontuação, o parêntesis, o discurso. O livro de fotos, a quarta-feira de sinas, o domingo de rumos. A invenção da linguagem. Entre vertigens e assentamentos, o leitor é conduzido por um circuito de imagens e sensações, e se encanta com o diário da parede branca, a transparência dos pulsos, a aventura dos farelos. O olhar sensível de Luci Collin sobre o mínimo do dia a dia, aliado a uma escrita desenvolta e precisa, transforma esses pequenos fotogramas do mundo em verdadeira arte poética.