Estêvão Gomes teve a ousadia de revisitar um tema já estudado e reestudado pelos maiores administrativistas do país. O que haveria de novo a dizer sobre o poder de polícia? Pois aí repousa, precisamente, a surpreendente originalidade do trabalho do autor: a defesa conservadora do instituto. () Estêvão defende, com pesquisa séria, linguagem impecável e ideais muito bem arrumadas, a subsistência do conceito de poder de polícia, num mundo dominado pela cultura dos direitos fundamentais. Aliás, por isso mesmo: o poder de polícia, exercido nos termos da Constituição, das leis e com proporcionalidade, pode se constituir em valioso instrumento de tutela do direito de todos e de cada um. Trata-se de trabalho que obriga a uma nova reflexão sobre o tema, na eterna dialética que rege a vida intelectual.