Os Diálogos Makii foram escritos em 1786 por Francisco Alves de Souza, um ex-escravo africano natural da Costa da Mina, no Golfo da Guiné. Um dos diálogos trata da Congregação Makii, irmandade católica fundada por africanos no Rio de Janeiro, onde um conflito sucessório levou à eleição de Souza como seu regente. O segundo diálogo trata da conquista da Costa da Mina por portugueses e holandeses. Documento raríssimo e inédito, os diálogos trazem a público fatos e personagens de uma história que de outra forma estariam fadados ao esquecimento e ao anonimato. A primorosa pesquisa da historiadora Mariza de Carvalho Soares é indispensável para todos os interessados em compreender a história do Brasil, a história da África e a história da diáspora africana nas Américas. Mariza de Carvalho Soares localizou um documento fantástico e fez dele excelente análise (José Murilo de Carvalho, sobre os Diálogos Makii). Os Diálogos Makii foram escritos em 1786 por Francisco Alves de Souza, ex-escravo africano natural da Costa da Mina, no Golfo da Guiné. Souza pertencia à Congregação Makii, irmandade católica fundada por africanos Mina-Makii na cidade do Rio de Janeiro, cujos principais objetivos eram enterrar dignamente seus membros e cuidar de enfermos e necessitados. Em 1783, a morte do rei da congregação desencadeou um conflito sucessório, e Souza foi eleito novo rei. A pedido dos congregados, ele escreveu este longo texto, composto de dois diálogos. O primeiro trata da conversão de escravos africanos ao catolicismo e do conflito sucessório que o elegeu. O segundo narra a conquista da Costa da Mina por portugueses e holandeses. Para além da experiência da escravidão, os Diálogos Makii mostram como essas pessoas vivenciaram a condição de estrangeiros, passageiros forçados de uma viagem sem volta que os levou a criar estratégias de sobrevivência. Trata-se de um documento raríssimo e inédito, cuja publicação é indispensável para todos os interessados em compreender a história do Brasil, a história da África e a história da diáspora africana nas Américas. A historiadora Mariza de Carvalho Soares pesquisa esse manuscrito e os documentos a ele relacionados há mais de vinte anos. De sua busca incansável em arquivos resultou uma primorosa pesquisa, que traz a público e contextualiza fatos e personagens de uma história que de outra forma estariam fadados ao esquecimento e ao anonimato.