"O ensaio A cidade como cenário de oportunidades. Etnografia das margens constitui-se numa proposta para olhar a cidade em toda a sua complexidade. Optou-se pela abordagem etnográfica, ancorada na pesquisa relacional, ou seja, baseada em situações de comunicação vivenciadas pela etnógrafa. Compreender o que acontece aqui ou lá, ao se situar na experiência vivida, permite descrever o modo como as pessoas sentem e expressam diferentes injustiças no acesso à moradia, à cidade e aos seus serviços. O arranjo do espaço nessa etnografia das margens foi concebido de maneira a recriar o cenário de oportunidades que a cidade contemporânea oferece não apenas aos visitantes em busca de exotismo, mas também aos que vivem e fazem a cidade no cotidiano. Esse ""fazer-cidade"" é um processo que não tem fim. As margens remetem a outros conceitos, tais como interstícios, fronteiras. E as ""fronteiras"" entre ""nós"" e "" os outros"" acabam não sendo tão marcadas na realidade cotidiana. [...]