Pesquisas sobre novas técnicas para o tratamento da insuficiência respiratória, tanto aguda como crônica, baseado no emprego da ventilação por pressão positiva, permitiram o desenvolvimento do método de ventilação não-invasiva (VNI). Atualmente, a VNI é reconhecida como uma ventilação capaz de potencializar as trocas gasosas, reduzir o trabalho respiratório e, principalmente, evitar a ventilação invasiva através da entubação andotraqueal. Isso contribui sobremaneira para a redução do tempo de hospitalização e diminuição de complicações e morbidade. Fisioterapeutas por todo o país utilizam a VNI como um recurso em seus programas de tratamento, principalmente nas unidades de terapia intensiva, onde se encontram mais comumente os quadros clínicos de insuficiência respiratória. Além disso, a VNI é a responsável pelo crescimento da ventilação domiciliar, abrindo um importante campo de trabalho para a Fisioterapia respiratória. O método da VNI permite que o paciente fale, alimente-se oralmente mantendo um suporte ventilatório de forma mais confortável através de máscaras que podem ser faciais ou nasais. Alem disso, a VNI preserva a efetividade da tosse do paciente, responsável direta pela desobstrução brônquica, permitindo assim uma ventilação com fluxo laminar. Dessa maneira, evitam-se os procedimentos de higiene brônquica por aspiração nasotraqueal, que podem lesar os tecidos internos e favorecer o surgimento de pneumonias nasocomiais. Alem disso, o paciente é mantido sem sedação, o que auxilia na preservação da força muscular ventilatória (AMARAL, 1998). A cooperação do paciente é de fundamental importância para a eficácia do método; assim, a mascara utilizada deve ser a mais confortável possível conforme a anatomia facial do paciente, além dos ajustes constantes que a mesma deve sofrer, por isso, a VNI passa a apresentar uma ampla indicação, principalmente em serviços hospitalares que dispõem de Fisioterapia 24 horas. Porém existem algumas contra-indicações para o método, como para pacientes com trauma facial ou ainda pós-operatórios de cirurgia bariátrica (sem sondanasogástrica). Faz-se importante ressaltar que o sucesso no emprego da ventilação não invasiva está intimamente relacionada ao domínio dos conceitos de PEEP, AUTO-PEEP e PEEP INTRÍNSECO E EXTRÍNSECO. O suporte ventilatório pode promover uma maior ventilação em bases pulmonares, corrigindo valores de hipoxemia, diminuindo a hipercapnia e, por conseqüência, o trabalho respiratório. Além disso, a presente obra apresenta como objetivo, auxiliar fisioterapeutas e médicos nas suas atividades em UTI e no manejo do paciente com insuficiência respiratória aguda, além de contribuir para a formação de profissionais da área da saúde.