Harry nunca se considerou um tipo comum e não era por ser “fisicamente mal distribuído”. Sua diferença estava na incontestável vocação para juiz (severo) de pessoas. “Principalmente se tinham uma impressão demasiado boa de si mesmas, eu as criticava, não dava guarida nem margem para piedade.” Mas essa criatura, aparentemente dissimulada e impiedosa com seus semelhantes, é a figura central da bela narrativa de Saul Bellow em seu livro “Presença de mulher”, onde conta a história de um amor tardio, digno e, sobretudo, verdadeiro.