Do século XVII aos nossos dias, a fama de Góngora tem sofrido oscilações radicais, que ora elevam o poeta aos píncaros, ora o proscrevem. Seu exacerbado cultismo, a complicada maquinaria sintática, a intrincada vegetação conceitual, o arrevesado de metáforas e perífrases, as herméticas agudezas do Maneirista só souberam granjear ao cordovês a fama de obscuro, de ilegível. Sob a solene pompa do Barroco, todavia, latejava na obra de Góngora uma poesia de gênio, que somente nosso século alcançou o privilégio de recobrar. Amplo domínio do verso, erudição crítico-histórica ímpar, frequência assídua da poesia e da exegese, alto talento poético são os dons que, reunidos nesta obra em Péricles Eugênio da Silva Ramos, o transformam no tradutor ideal do poeta andaluz.Do século XVII aos nossos dias, a fama de Góngora tem sofrido oscilações radicais, que ora elevam o poeta aos píncaros, ora o proscrevem.