A autora no presente ensaio aproveita os conceitos bakhtianos de dialogia e polifonia como categorias filosóficas que implicam questões ideológicas e éticas. Concepção que considera a linguagem como lugar de interação e que o ouvinte, o interlocutor é parte indispensável de qualquer ato da fala e, nesse sentido, haverá, no que diz respeito à linguagem, no mínimo dois sujeitos envolvidos, mesmo que a palavra esteja no mais secreto pensamento, pois ainda ali o signo está prenhe de sentido e isso faz com que sujeito seja sempre constituído também e principalmente a partir do outro. Por isso "doalogia" é uma característica essencial da linguagem. A palavra é dupla e só assim pode ser. O texto literário não é diferente.