A despeito da gradativa redução de incidência e morbilidade dos surtos ativos de Febre Reumática, esta condição se encontra, ainda, longe de constituir enfermidade extinta ou inócua.A profilaxia secundária tem sido a responsável principal pela queda acentuada das crises de recidiva, mas a profilaxia do surto inicial - centrada em providências de caráter sócio-econômico e no correto tratamento das infecções estreptocócicas - permanece, em extensas áreas geográficas de todo o mundo, bastante precácia, já que ora inexistente, ora incompleta, ora realizada em moldes cientificamente condenáveis. Na realidade, a grande maioria dos pacientes reumáticos não é sequer cogitada para a prevenção medicamentosa do surto inicial, em muitos casos porque não são conhecidos aqueles pacientes hipersensíveis, reumáticos em potencial, certamente merecedores de cuidados particulares, já que neles a omissão terapêutica poderá reduntar na eclosão do primeiro surto ativo da enfermidade.