Os vinte e dois contos reunidos em “Fique quieta por favor” espelham a arte e o engenho de um dos mais talentosos e inovadores representantes da literatura norte-americana contemporânea. Figura de proa do minimalismo, Raymond Carver procurou captar a vida através de ângulos e personagens simples, inesperadamente transformados em figuras e fatos insólitos, misteriosos, mentirosos. Na busca da essência da realidade, Carver enfatizou a reserva, o silêncio, a ambigüidade. Um homem e uma mulher que se conhecem acidentalmente pelo telefone, uma família que se revela por inteiro numa conversa em torno de um recém-nascido, um marido que suspeita da fidelidade de sua esposa: eis alguns dos elementos que Carver burilou, transformando o pesadelo em sonho. "Mas do sonho a gente sempre desperta" – diz um de seus heróis.