A pesquisa que deu origem a este livro busca relacionar as categorias superexploração da força de trabalho e racismo estrutural, para interpretar a formação socioeconômica brasileira, com ênfase na realidade da população negra. Uma iniciativa que parte da investigação da desagregação do regime escravista e desemboca em apontamentos da questão racial no Brasil contemporâneo, o que perpassa uma análise sobre ideologia, alienação e as condições de vida e trabalho da população negra no país. Os acontecimentos do período de transição do trabalho escravo ao assalariado são entendidos como fundamentais para a compulsória localização do proletariado negro como uma das principais forças do exército industrial de reserva e consequente inserção subalterna nas relações de trabalho no pós-abolição. Tais circunstâncias impulsionaram a configuração do regime de superexploração da força de trabalho no Brasil, com importantes diferenciações no interior do proletariado brasileiro.