A Fundação Getulio Vargas estima que, em São Paulo, os congestionamentos resultem em perdas econômicas de cerca de 50 bilhões de reais por ano. Todo mês, 230 milhões de passageiros são transportados em São Paulo. Como interpretar estes dados e o que fazer para melhorar o transporte público e a qualidade de vida na cidade? Para tentar responder a essas perguntas, a BE? Editora lança em setembro, durante o Arq.Futuro, o livro São Paulo na encruzilhada: uma discussão sobre mobilidade e adensamento. É uma obra de referência essencial para quem deseja compreender a realidade atual, participar do debate sobre urbanismo e cidadania e conhecer os possíveis caminhos para enfrentar os desafios colocados às metrópoles brasileiras contemporâneas. O livro nasceu de uma mesa-redonda realizada pelo Arq.Futuro no Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), em setembro de 2012, sobre as questões mais urgentes da capital paulista e das metrópoles em geral. Participaram desse evento o arquiteto chileno Alejandro Aravena, conhecido por seu trabalho em habitação social; o arquiteto norte-americano Thaddeus Pawlowski, responsável por projetos de infraestrutura de Nova York; o urbanista Sérgio Magalhães, presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil; Philip Yang, fundador do Instituto Urbem; e o economista Claudio Haddad, diretor do Insper. A mediação foi feita pelo diplomata e crítico de arquitetura André Correa do Lago. Os acontecimentos posteriores confirmaram a relevância da questão da mobilidade na construção de cidades mais justas. Em junho de 2013, a crescente insatisfação com o transporte público na cidade culminou numa grande manifestação, quando a população foi às ruas contra o aumento da tarifa dos ônibus. É preciso lembrar que a indignação popular não foi descabida: o transporte em São Paulo é precário, marcado pela superlotação e pela oferta exígua e malcuidada. Porém a questão da tarifa precisa ser colocada em contexto: apenas entre 7 e 13% dos usuários de ônibus em São Paulo pagam a tarifa cheia, segundo a SPTrans. Além da transcrição do debate, a obra traz entrevistas com os palestrantes e textos que aprofundam e ampliam os assuntos abordados, do ponto de vista da gestão, da economia, do direito público e do meio ambiente. Essas colaborações adicionais são assinadas por Sérgio Leitão, diretor do Greenpeace Brasil; José Luiz Portella, ex-secretário de Transportes do estado de São Paulo; Marcos Lisboa, economista e diretor vice-presidente do Insper; e Fernanda Meirelles Ferreira, advogada da Fundação Getulio Vargas. No final há glossário de termos ligados à área de transportes. O resultado é um panorama multifacetado e de questões de extrema atualidade, como alternativas de transporte, soluções para a fluidez do tráfego, projetos para humanizar as ruas e calçadas e formas de organização pautadas pela ideia de convívio democrático. Os textos esclarecem, ainda, um ponto fundamental: a relação entre o adensamento da cidade e a melhoria da mobilidade urbana.