Sem dúvida alguma, o cinema é arte, sim, e das boas. E, sendo arte, será também Filosofia, já que é isso o que a boa arte, em quaisquer das formas que assuma, faz: pensar. Não somente os Bergmans, os Tarkovskis, os Kurosawas, os Woody Allens, os Greenaways, enfim, não somente diretores dos chamados filmes de arte fazem pensar. Filmes singelos e (aparentemente) despretensiosos também são capazes de cumprir essa função. Uma cena belíssima, um diálogo inteligente, uma música colocada na hora certa, qualquer filme ou pedaço de filme pode ter sobre nós o mesmo efeito da leitura de um tratado filosófico.Os ângulos do cinema a serem explorados pela Filosofia são inúmeros.Partindo do impacto do filme O sexto sentido, o autor declarou: ´Nenhum outro filme recente me fez sentir tão fortemente como o cinema pode pensar´. E não só pensar, como confundir, emocionar, interpretar e esclarecer. Este livro abre as discussões sobre cinema e Filosofia no Brasil, e indicam a necessidade de se abordar as reflexões cine-filosóficas. É uma lacuna que começa a ser preenchida.O último capítulo ´Os brutos também traduzem´ traz uma bem-humorada lista de títulos de filmes traduzidos para o português em confronto com o nome original, mostrando o quanto os nossos ´tradutores´ acertam ou deturpam o entendimento de uma obra cinematográfica e trata especificamente da renomeação, não da tradução.