A vida social dromocratizada colaborou para o engendramento de formas de violência associadas a um modus operandi do tempo real: a indiferença à alteridade, pela dificuldade de ela ser percebida e considerada; o alheamento do sujeito em relação à alteridade nas modalidades de distração, dispersão ou esquecimento decorrente da desatenção; e a reificação da alteridade pelo fato de ela estar circunscrita à lógica do rendimento de corpo\/mente e assumida como capital do qual se deve extrair o melhor resultado da relação entre o tempo e o espaço. Essas formas de violência sugerem que o reconhecimento elaborado na vida social acelerada pode estar se tornando cada vez mais débil, pelo fato de estar comprometida a possibilidade de outrem ser percebido e acolhido em sua demanda como sujeito.