'Fiel à sua proposta de fazer uma história que leve em conta a lógica interna, ou seja, os sentidos atribuídos pelos próprios agentes, à instituição que estuda, a autora nos oferece uma análise em níveis diversos de discurso. Primeiramente, destaca a doutrina formulada em torno do tribunal do júri. A doutrina tanto o explica e justifica, quanto o critica e ataca. Por meio da doutrina, porém, ela nos conduz também à permanência do debate, indicando como os argumentos a favor e contra a ?justiça cidadã?, ou ?corte cidadã?, como ela gosta de dizer, se repetem ao longo de nossa história. Estariam eles a mostrar como o ideal de uma justiça próxima do cidadão cumpriu-se apenas parcialmente entre nós. Muitos dos argumentos, como nos mostra o texto, giram em torno da capacidade dos cidadãos leigos de decidir sobre a vida, a liberdade e os bens alheios. Seriam eles capazes ou não?"