Mais atento ao tipo de saber que está em jogo na produção de um trabalho com esse tema do que ao "more geometrico demonstrata" típico da produção acadêmica, o autor relata seu percurso na busca por respostas a questões suscitadas por sua prática como clínico, como pesquisador e como professor universitário. A orientação não-linear e dedutiva, mas ensaística, revela impregnações entre o discurso da ciência e a vida real e, nessa estrutura, entretece-se uma pesquisa sobre o cuidado materno como referência para o cuidado terapêutico, na medida em que se entenda a psicoterapia como a possibilidade de reconstituição da subjetividade do paciente. No prefácio do livro, Olgária Matos observa que o interesse do autor em seu trabalho é a concepção grega do amor, mas não do amor egocêntrico, e sim de um amor complexo pelo objeto; e nesse contexto, o amor materno é a possibilidade de um amor sem agressão, de proteção e acolhimento.