O livro de Carla Mercês da Rocha Jatobá Ferreira apresenta uma série de caracterizações, lugares comuns, termos técnicos que ela compara a embrulhos de papel pardo amassado que parecem não conter surpresas. Mas quando o sentido histórico é recuperado, a autora decifra as armadilhas que estão ocultas nessa linguagem rebuscada, aparentemente inofensiva e neutra. Trata-se de apontar os anormais entre os alunos da escola, criar procedimentos que fabriquem caracterizações excludentes. Ao comentar a aprovação da lei que criaria o ensino especial afirma Binet que restará restará apenas escolher os anormais, e diferenciá-los dos normais, com os quais são confundidos, atualmente, nos bancos das escolas. Nessa altura, Carla localiza a origem de fórmulas prontas e ideias feitas, estereótipos e clichês que parecem acompanhar a educação das crianças em geral e das crianças com dificuldades de modo particular.