A vida de Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) estende-se pela segunda metade do século XVII e é a vida de um polímata eruditíssimo, preocupado com elevadas questões teóricas no campo da Lógica, da Matemática e da Filosofia, bem como com a prática da Jurisprudência e da Historiografia e, ao mesmo tempo, é a vida de um homem prático, engenheiro, geólogo, diplomata astuto e cabalador pelos interesses da casa de Hanover e por seus próprios, profundamente envolvido com a política européia de então, tratando com Luís XIV, o Rei-Sol (1638-1715) praticamente seu contemporâneo e com Pedro o Grande, Tsar de Todas as Rússias. Avesso à Universidade, torna-se um semeador de Academias científicas e seus escritos, embora volumosos, são muito pouco sistemáticos, registrando as suas principais contribuições em cartas e opúsculos geralmente redigidos em francês ou latim, embora ele, seja propriamente um pensador alemão dos pés à cabeça. Em 1686 Leibniz publica a primeira sistematização mais completa de suas idéias no seu Discours de Métaphysique, cuja tradução o leitor tem ora em mãos, e a partir deste escrito ele começa a deixar clara a sua independência com relação aos cartesianos. Leibniz terminou seus dias no isolamento e na impopularidade, e no dizer de Kuno Fisher, foi enterrado como um bandido e não como um ornamento da pátria o grande contendor de Descartes, o genial G. W. Leibniz...