Partindo do princípio de que a dor é um sintoma de vida, Nilton Bonder aborda a angústia da finitude em A arte de se salvar. Mesmo tratando de temas considerados pesados - a morte e o desespero - o autor consegue passar uma mensagem de consolo e esperança através dos ensinamentos de Reb Nachman de Bratslav, mestre russo que morreu no século XIX, aos 38 anos. Embora sua doença o obrigasse a passar por cirurgias e intervenções bastante dolorosas, Reb Nachman não deixou de lado a alegria e manteve a serenidade diante das aflições. A ideia do livro surgiu depois que Bonder prestou assistência espiritual em um hospital e lidou com pacientes terminais. No título, um trocadilho com o comando salvar, usado nos computadores para que os arquivos fiquem guardados. O objetivo é mostrar as maneiras que um ser humano tem, durante a vida, de usar esse recurso e não ter a sensação de que tudo irá se perder quando a morte chegar. Segundo o autor, a entrega ao desespero ou à esperança está intimamente relacionada com a forma pela qual respondemos às questões existenciais. Reb Nachman definiu duas estruturas de questionamento humano fundamentais para a compreensão da esperança e do desespero: Aié, que expressa dúvida e angústia, e Malé, que passa a ideia de certeza e fé. Reconhecer a existência de Aié é poder suportar o fato de que o mundo e a vida não podem ser reduzidos à ordem de Malé. Quem tem esperança não é alguém que compreende tudo de maneira clara e objetiva, mas que aceita respostas sob a forma velada. Na contramão dos livros de autoajuda, A arte de se salvar não promete uma espécie de fórmula mágica para as pessoas atingirem o bem-estar. Ao falar de medo e sofrimento, tratando o desespero como uma ilusão, o livro abre caminho para uma reflexão mais produtiva. Ao longo das páginas, Bonder utiliza as tradições e os ensinamentos do judaísmo como aliados para mostrar que a queda é uma experiência constante daquilo que é vivo. Em vez de anunciar alternativas de [...]Partindo do princípio de que a dor é um sintoma de vida, o autor aborda a angústia da finitude em "A Arte de Se Salvar". Mesmo tratando de temas considerados pesados, o livro busca transmitir uma mensagem de consolo e esperança por meio dos ensinamentos de Reb Nachman de Bratslav, mestre russo que morreu no século XIX, aos 38 anos. Segundo Bonder, embora sua doença lhe causasse muito sofrimento, ele sempre manteve a serenidade diante das aflições.