Estudiosos já apontaram as tradições a que se liga este romance de Manuel Antônio de Almeida (Rio, 1831 - Vapor "Hermes", nas Costas da Província do Rio de Janeiro, 1861): a tradição da crônica histórica e a do romance picaresco. O escritor, de origem pobre, vinculado ao jornal Correio Mercantil onde produzia crônicas na seção de variedades, "A Pacotilha", aí publicou sua narrativa, antes de completar 22 anos de idade. Suas personagens pertencem às camadas médias e baixas da sociedade, nos ambientes ditos populares, diferentemente daquelas dos ambientes de elite, onde circulavam as figuras dos romances de Joaquim Manuel de Macedo. Ali, a luta pela vida passava pelos estratagemas e expedientes, na fronteira da legalidade oficial, também ultrapassadas pelos representantes da elite, também praticantes de transgressões.