Por que sorrimos se estamos tristes? Por que fazemos escolhas que sabemos não serem as melhores? Por que parecemos aquilo que não somos? O poeta alemão Heinrich Heine cunhou um termo chamado maskenfreiheit - intraduzível em português, mas que significa a liberdade conferida pela máscara. O narrador das quatro histórias desse livro é um eu disfarçado à escuta. Quem fala são as mulheres, enquanto as poucas intervenções masculinas não passam de ruminações de perplexidade diante do fascínio exercido por elas. Helena é casada com um homem obcecado pelo herói e mártir traído da liberdade nacional. Sua vida conjugal é entediante até ela começar a sair com o colega Antônio Vilela. Denise é professora de balé e carrega as dores de um passado quase glorioso onde se envolveu com o filho do mais conhecido líder comunista do país quando integrava o corpo de baile de um famoso balé russo.