Justiça e coerência pretende mostrar que a teoria da justiça de John Rawls pode ser mais bem compreendida como um sistema coerentista de justificação preferencialmente a ser interpretada como vinculada a uma tradição contratualista. Está muito presente no meio acadêmico brasileiro que a teoria rawlsiana seria apenas uma reinterpretação contemporânea das teorias modernas do contrato social ao estilo de Locke, Kant e Rousseau, o que estaria vinculado ao papel do procedimento da posição original sob o véu da ignorância utilizado para a deliberação dos princípios de justiça. O livro procura mostrar que essa interpretação usual é apenas parcialmente correta. Em vez de se concentrar no aspecto normativo, o livro ressalta os elementos metaéticos da justiça como equidade, procurando detalhar como se dá a justificação dos princípios de justiça, qual seu estatuto ontológico e seu possível significado.