Diante das extraordinárias transformações por que tem passado nossa sociedade, como podemos interferir na formação inicial e continuada de professores? Que alternativas têm sido buscadas? Que propostas colocadas em ação aproximam-se mais das nossas inquietações quanto ao que temos feito e o que desejamos fazer, quanto ao que vislumbramos agora e apontamos para as futuras práticas educativas no âmbito escolar? Dando voz aos professores, buscamos respostas para essas perguntas. Entendemos que o professor é alguém que possui uma história passada e determinante do presente, é criador de sua própria história como ser humano e como professor e, assim, buscamos a (re)construção de imagens do eu-professor pelos caminhos da memória. Tratava-se de pessoas com ampla experiência profissional, contando entre dezesseis e vinte e cinco anos de carreira, que embrenharam-se no programa, fizeram a viagem de auto-reconhecimento, desbravaram a si e ao conhecimento que se lhes avizinhava, reavaliaram-se enquanto pessoas, fizeram-se alunas, sem deixar de ser professoras, esposas, mães, filhas. Aprenderam a se reconhecer. Tiveram que estudar muito e gostaram. Aprenderam a auto-reflexão e o diálogo gratificante com o conhecimento. Essas memórias estão permeadas pelo tempo que foi, pelo tempo que é e pelo tempo que virá ... novas conquistas ... novos desafios. A cultura pessoal e o saber docente entrelaçam-se na formação dessa identidade e dessa história, que se imbrica com outras histórias construídas. Essas constatações podem contribuir para responder ao que nos propusemos e para o repensar da formação inicial e continuada do professor.