Dividido em duas partes que servem de espelho uma à outra, Filosofia cinza busca a experiência do pensamento que se enfrenta com o próprio vazio e esboça a escrita como outro trabalho do conceito. Aqui o mosaico é a metamorfose do sistema. A escavação nos estratos do pensamento definem-lhe o processo: a escrita filosófica procura a semelhança com a escrita literária e desenha-se evidenciando o inconsciente conceitual que a forja, descobrindo o fundo falso e o sem fundo da experiência do pensar como aprofundamento da sensibilidade. A exposição da filosofia é a verdade das coisas não ditas ainda que ditas: a melancolia com que o livro sela suas cifras é, mais que um fundamento metafísico, a chave para a ação produtiva da cultura como reinvenção de laços entre seres humanos e natureza, entre o abismo do ser e o amor ao que existe.Filosofia cinza é a filosofia do corpo aparecendo para manchar o pensamento e repropor o trabalho negativo do conceito rumo à salvação do corpo e das imagens que o revelam - na intenção de que o pensamento reencontre sua vocação sensível.