Tal como o romance que o mantém vivo na cultura brasileira, 'Memórias de um sargento de milícias', a produção dispersa de Manuel Antônio de Almeida foi publicada, em sua grande maioria, no jornal Correio Mercantil, do Rio de Janeiro, e começa com um vigoroso artigo contra a proposta do historiador Francisco Adolfo Varnhagen, intelectual ligado ao Paço Imperial, de se voltar a utilizar os indígenas como mão-de-obra escrava, depois de lhes tomar a terra. O volume, organizado por Bernardo de Mendonça, resgata, das fontes primárias, estes textos e os reúne à correspondência do escritor e a testemunhos de contemporâneos, para revelar um oposicionista radical da monarquia e do escravismo que morre precocemente, aos 28 anos, em naufrágio na costa fluminense, depois de ser marginalizado no jornalismo e no serviço público.