A partir da necessidade de uma escolha, que pode determinar sua saúde no futuro, Zé relembra momentos e situações com seus amigos. Nestes momentos, jamais se deixou abalar por sua parcial deficiência visual e também nunca aceitou o papel de "coitadinho". Golpe de vista confronta preconceito e solidariedade, alegrias e tristezas da vida real. Constrói-se com diálogos descontraídos e às vezes chocantes entre as personagens, que buscam representar a essência nua e crua da realidade. O autor explica que "(...) liberdades gramaticais são tomadas, sempre em nome da autenticidade das personagens. (..) Palavrões e expressões chulas são às vezes necessários, até pelas reações passionais das personagens. Há quem diga ser o diálogo o ponto forte das minhas histórias. Acredito. Afinal, gosto de conversar, e minhas personagens são naturalmente conversadoras. Muitas delas são construídas e se desnudam por meio das falas que têm."