Eis aqui um livro que eu não gostaria de ter escrito ao menos não tão cedo. Se escrevi, foi por necessidade, foi porque eu precisava dar forma à ausência que me tomava, estancar esse vazio que ameaçava me paralisar. Não me paralisou, mas esteve (está) sempre latente, aqui dentro, não sei bem onde, em algum vão entre mim e o mundo. São textos escritos para extravasar e aliviar a dor me repito, eu não queria ter escrito, eu não queria essa dor, essa ausência tão cedo, e reunidos em ordem cronológica, neste livro, como uma pequena homenagem a essa pessoa fantástica e amiga insubstituível, Patrícia Misson. São textos meus, muito pessoais, da minha relação com ela diálogos que até hoje tenho, em pensamentos, mas que sei que encontram eco em muitas pessoas que tiveram o prazer de sua companhia, de sua atenção sincera e profunda, e hoje possuem o mesmo vazio que eu. São parentes, amigos, irmãos-não-de-sangue (como eu), colegas de trabalho. [...]