Viagem à semente é fruto de uma obsessão: o crítico literário Dasso Saldívar levou vinte anos investigando a vida de Gabriel García Márquez para descobrir quem verdadeiramente é o "mago" de Aracataca e conhecer o ponto de partida e os caminhos que levaram a escrever Cem anos de solidão. Para tanto, Saldívar precisou reconstituir a vida, principalmente a infância de Gabriel García Márquez. Descobriu, no passado do prêmio Nobel de 1982, uma criança tímida e solitária, que viveu com os avôs maternos em uma enorme casa, onde reservavam cômodos para os parentes mortos. Durante a pesquisa, Saldívar registrou o surgimento das vocações jornalística e literária despertadas, ainda nos bancos escolares, enquanto o escritor colombiano crescia em meio às superstições e "crendices de mulher", como seu avô costumava dizer toda vez que flagrava Gabito assustado demais com alguma das histórias contadas por uma das mulheres que moravam na casa.