"A Universidade, em todo o mundo, está em crise. As profundas e rápidas transformações nos campos da economia, da cultura e da política, ditadas pela globalização transversal de todas as dimensões e esferas da vida social, para todos os povos e nações, passam a impor novas agendas e o atendimento das necessidades emergentes, redefinindo o desenho, o papel e a dinâmica das instituições neste início de terceiro milênio". "O Processo de Bolonha não é um fato isolado. Parte de um todo - que se move-, é um evento sintomático. Por isso mesmo importa ser refletido e levado a sério, independentemente das conclusões a que se chegue a respoeito - ora com pendulações ao reconhecimento de suas virtudes e potrencialidades, ora ao de seus vícios e devastações." "A América Latina, até aqui, demonsrta estar longa deste passo - ou deste salto. Parece que ainda não entendeu plenamente, na prática política, que o desafio da regionalização de seu espaço de educação superior (para além do de mercado) não é simplesmente uma opção, muito menos uma aventura, mas uma imposição de sobrevida e de soberania nacional e regional nosmarcos de um mundo que se globaliza." "A universidade do novo milênio, parfa se manter socialmente necessária e inovadora (sem o que tornar-se-á obsoleta e perderá o próprio sentido de existência), deverá ser aquela que reaprendeu a repor, na correta ordem hierárquica, a sabedoria no lugar do conhecimento, o conhecimento no lugar da informação e a boa informação, criteriosamente selecionada, nolugar do dado de senso comum (não raro desconexo e acrítico); pois é imprescindível que todo educando universitário do século XXI saiba - por ensinamento e exemplo de seus mestres - que estar bem informado não significa conhecer, que o computador é um excelente meio e não um fim em si mesmo, e que deter o conhecimento não garante, em si, atingir a sabedoria - sendo este processo de "desalienação" o desafio maior de uma educação que se pretrenda superior."