O tratamento da natureza como mercadoria tem sido observado como um processo cada vez mais aprofundado nas sociedades humanas. Para além da simples apropriação e venda dos elementos naturais, temos vivenciado a criação (ou invenção) de novas mercadorias que incrementam os mercados e o sistema econômico. Diante dos desafios que a crise ambiental impõe, temos criado mercados de carbono, mecanismos de compensação ambiental, temos elaborado a ideia de serviços ambientais passíveis de pagamento e outras medidas que pressupõem a determinação de um valor de troca para a natureza, deixando de lado seu valor de uso e, portanto, o seu livre acesso. Ao mesmo tempo em que vemos a exploração desenfreada e mercadológica dos elementos naturais como causa para a crise do meio ambiente, seguimos a mesma lógica de estabelecer valores monetários que corrijam os desequilíbrios resultantes de nossas atividades econômicas, gerando um ciclo destrutivo e sem sentido propositivo para os problemas (...)