Os Lagartos constituem um dos grupos mais ricos e diversificados de répteis. A riqueza do grupo e a extensão geográfica de sua área de distribuição nos Neotrópicos são bastante expressivas. Só no Brasil, já foram registradas mais de 220 espécies de lagartos, abrangendo um total de dez famílias diferentes. Cinco dessas famílias (Iguanidae, Hoplocercidae, Tropiduridae, Polychrotidae e Leiosauridae) pertencem ao grupo Iguania, enquanto as outras cinco (Teiidae, Gymnophthalmidae, Scincidae, Gekkonidae e Anguidae) pertencem ao grupo Scleroglossa, que também inclui as serpentes e as anfisbenas. Juntos, os grupos Iguania e Scleroglossa formam a ordem Squamata, reunindo assim serpentes, lagartos e anfisbenas. Apesar de toda essa riqueza, há um acentuado grau de desinformação sobre a relevância biológica dos lagartos, o que tem gerado pouco ou nenhum interesse pela proteção desses animais. Espécies endêmicas (e.g., Cnemidophorus parecis e Liolaemus lutzae) de regiões sujeitas a processos de modificações aceleradas, como o cerrado e o litoral do Sudeste, correm sério risco de desaparecer (Colli et al., 2003b; Rocha & Bergallo, 1992). Com a publicação desta obra, esperamos chamar a atenção de outros profissionais, assim como de estudantes de graduação e pós-graduação e do público em geral interessados em répteis e em ecologia.