O presente volume centra-se na análise da tese do fim do Estado-nação como ator principal das relações internacionais. Nesta obra são discutidas as assertivas dos teóricos da globalização segundo as quais a proeminência de atores não-estatais (empresas transnacionais, ONGs, blocos regionais, etc.) na política mundial teria, principalmente, a partir da década de 1980, provocado um processo célere de decomposição do poder político estatal. A análise do problema apóia-se na concepção de poder infra-estrutural formulada por Michael Mann e na teoria da interdependência. Nessa concepção, os atuais Estados-nação se consolidaram a partir de uma rede infra-estrutural de poder capaz enquadrar os atores da sociedade civil, constituindo esta o recurso que torna possível a autonomia e a soberania estatais. Conforme a teoria da interdependência, as relações internacionais orientam-se, hodiernamente, por uma rede institucional de poder que envolve diferentes atores sociais, sob a tutoria soberana dos Estados-nação. Esta obra defende, pois, que a evidente proeminência de atores não-estatais não tem sido capaz de desmantelar nem o padrão de infra-estrutura desenvolvido com o ascenso dos Estados nacionais, nem o sistema político internacional estabelecido pelos Estados-nação como unidades sistêmicas.