"São Paulo 1932", além de escrever uma história da “revolução”, mostra alguns de seus contornos figurando como importante elemento constitutivo de uma suposta identidade paulista e de sua memória coletiva. Dividido em quatro capítulos, o livro aborda temas específicos que, em conjunto, convergem para a avaliação do movimento armado de 1932 sob o olhar da constituição de uma memória oficial, confirmada por finalidades políticas bem definidas. O episódio da Revolução de 32 evidenciou as tensões entre o papel desempenhado por São Paulo na construção da nação e suas aspirações frustradas com a Revolução de 1930. A memória estabelecida desde então guarda uma correspondência com o complexo quadro político e social que culminou com a guerra civil ou seja, o mito da “excepcionalidade paulista”, calcado em sua constituição racial e sócio-cultural diferenciada.Este livro busca interpretar a identidade paulista, por meio de uma junção entre as mudanças corporativas vividas pelos médicos, com a luta entre as especialidades e as propostas centralizadoras vindas do novo governo. Por esse contexto, se para muitos aquele momento correspondia a uma “crise profissional”, para outros foi uma oportunidade de abrir espaço para a sua área de atuação e participação nos projetos médicos e sanitários vigentes.