Silvio Goldman, jovem e pacato arquiteto judeu, inicia um caso com a tradutora Dorieta Mangano, descendente de italianos, obcecada pela idéia da maternidade. Tudo vai razoavelmente bem, apesar das excentricidades de cada um, até que os médicos anunciam que Silvio é estéril – e Dorieta, no entanto, acaba por engravidar. Com base nessa story line, Bernardo Ajzenberg constrói, em “Variações Goldman” seu quarto romance, um universo no qual emoções e sentimentos afloram nas situações menos esperadas. Ao fundo, uma São Paulo dos anos 80 e 90, ao mesmo tempo peculiar e universal. Mágica. Um pouco como a Nova York de Paul Auster. Doença, ciúme, traição, amizades desfeitas, preconceito – Ajzenberg explora esses temas com radicalidade existencial, temperando o trágico com humor, usando a ironia na composição de retratos de profunda humanidade, estruturando personagens e ambientações com detalhes que só pode advir da mais fina observação. Trata-se de um livro maduro, escrito por alguém que firma seu estilo dentro do panorama da literatura brasileira atual.