Na América portuguesa, provavelmente foi a capitania de Minas que deteve o maior número de associações católicas de leigos, como irmandades, arquiconfrarias e ordens terceiras. Essas constituíram o fundamento da sociabilidade religiosa e civil das paróquias incorporadas às vilas. [...] A sociabilidade instrumento metodológico ou conceito estabeleceu o eixo das abordagens reunidas nesse livro Irmãos das Minas, cujo título remete ao modelo social da família, da amizade e do amor no qual se espelhava a associação de vizinhos devotos de veneração à Maria (culto de hiperdulia no sentido do dogma), com seus distintos nomes de invocação, e aos(às) santos(as) da hagiografia costumeira católica. As práticas religiosas compartilhadas eram a causa e o efeito do agrupamento voluntário das pessoas e das relações dos diferentes grupos sociais. Consagravam, culturalmente, os contrastes, as contradições e as experiências políticas e econômicas dos sujeitos individuais/coletivos.